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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

RESPONSÁVEL !



RESPONSÁVEL !

  No Auditório Nacional dos Municípios em Coimbra, a Câmara Municipal de Abrantes recebeu no 24 de Outubro do anno da graça de 2012 pelas 17 horas, a honorável distinção por ser uma das trinta e cinco autarquias mais responsáveis do Pais! Exactamente!... Bué! Bué da responsável! E se de facto isto é assim uma cena tão responsável, logo há que parabenizar a circunstância! Ora vamos a isto, que se faz tarde!
O Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis, uma das famosas gorduras institucionais que nos minguam o ordenado, galardoou a prática de política familiar incrementada pela autarquia abrantina, talvez por ter sido responsável pelo fiasco do projecto da Clínica Ofélia e pêlos trinta centímetros de apêndices capilares depositados sobre a mesa das reuniões autárquicas... responsável pelo contrato manhoso e posteriores cronogramas (leia-se “tangas”) negociais incondicionalmente propostos pelo promotor da famigerada e prometida fábrica "RPP" de painéis solares no casal algo curtido em marinada de vinagre... responsável pela eutrofização do Àquapólis devido à overdose de nutrientes e coliformes fecais provenientes dos esgotos urbanos e afins... responsável pela cobrança de elevados valores no consumo de água, esgotos e seus derivados... responsável pela transacção da horta do Ponces, na Quinta da Arca D'Água... responsável pela deslocalização forçada das crianças da Escola Primária de São Facundo para o Centro Escolar da Bemposta... responsável pela degradação da Piscina Municipal e subsequente alienação por tuta e meia a um particular... responsável pelo golpe de rins no projecto de construção do Hotel do Barro Vermelho... responsável pelo negócio da china com o Edifício Milho resultando no lucro de milhões de euros para o Grupo LENA... responsável pela desproporção das verbas na contratação de serviços publicitários atribuídos aos órgãos de comunicação social pertencentes ao Grupo LENA... responsável pela paralisação da dispendiosa construção do mercado diário num declive de terreno, energéticamente oneroso e lesivo à conservação do património histórico, havendo por perto extensão sobeja de terreno plano onde o reedificar... responsável pelo projecto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes que abortou por razões óbvias de inviabilidade económica, paisagística e historicamente descontextualizado... responsável pelos parâmetros do sentimento generalizado de insegurança que se disseminou pelo concelho e só é considerado efectivo quando toca à porta dos edis... responsável pela construção de um campo de basebol de utilidade esporádica... responsável pela inoperância face à expectante derrocada de imóveis devolutos do tecido urbano e... responsável pela construção precipitada dos centros escolares sem controlo da qualidade dos materiais aplicados, carecendo de reajustamentos e obras de requalificação ao fim de escassos meses de utilização, deixando os acessos impraticáveis...  Haja galardão!
Serão estes parâmetros indubitavelmente suficientes para que Abrantes mereça lugar de destaque no universo dos municípios considerados “Autarquia + Familiarmente Responsável 2012” sobeja razão das cordiais felicitações pela coisa mais ou menos pr'ó popular, sendo que juntamente à Nacional e à Municipal, a bandeirola verde desfraldada na frontaria dos Paços do Concelho ficará sempre bem como sinónimo de esperança...
-Ou o galardão não teria sido atribuído por tais razões?!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

INFILTRAÇÕES


INFILTRAÇÕES

Chegou o Outono e com ele vieram as precipitações atmosféricas. E quando chove... chove nos quintais, chove nos campos e nas cidades, chove nas aldeias e nos jardins, chove nas ruas, chove nos caminhos, e chove nos centros escolares!
Muita água correu debaixo das pontes durante as ultimas legislaturas administrativas, outra tanta se continuando a meter no Parque Escolar e tal como outros, o Centro Escolar de Rio de Moinhos inaugurado a 10 de Junho deste ano, não é excepção!
Blocos de arquitectura mameluca característica das regiões secas, concebidos à base de painéis pré-fabricados conjugados em jogos monocromáticos de panos verticais desprovidos de revestimento acústico que reflectem a propagação das ondas sonoras, terraços planos atravessados pelo aquecimento solar e desprovidos de isolamentos e sistemas eficientes de drenagem das águas pluviais que escorrem pelo interior das paredes, gotejando dos tectos sem revestimento, recintos cobertos de areias empapadas em charcos de água onde as pessoas se atolam, pavimentos interiores em PVC e linóleo que encapelam às primeiras humidades, portas disfuncionais providas de maçanetas biodegradávelmente inadequadas às mãos infantis, caldeiras de água quente e terminais de gás a carecerem de reparações e reajustamentos, todas estas deficiências registadas no intervalo de tempo inferior ao parir de um moço!
Entre outras obras monumentais, assim foram construídos os centros escolares que nós contribuintes, pagamos com juros elevados aos agentes financeiros intermediários do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu, cujos materiais orçamentados ficaram aquém das quantidades e qualidade desejadas, mas o seu valor decerto depositado nas contas bancárias de alguns senhores e os projectos confinados a outros!
Como o ciberleitor já deve ter entendido, não só chove no exterior como também no interior dos centros escolares!
-Dentro e fora... Percebeu?
Quer-se dizer... Chover como na rua, não chove, mas que escorre e pinga, lá isso pinga!
Presume-se que entretanto as edis do município abrantino se desloquem ao Japão a fim de encomendarem dezenas de pares de galochas brancas para a invernia e por cá firmem contractos exotéricos com entidades paranormais para que debaixo de tecto, os garotos possam usufruir imunidade no guarda-chuva aberto sem que para tal se exponham a azares maiores!
Blogger que se preze, tenta averiguar as situações assinaladas pelos seus concidadãos e como um azar nunca vem só, ao deslocar-se ao local em apreço, este praça acabou por encharcar as peúgas nas irregularidades empoçadas das ruas do Azinhal e Visconde da Abrançalha que acedem às instalações do Centro Escolar de Rio de Moinhos sem por lá ter achado uma bruxinha como a que esvoaça aqui um pouquito mais acima!
Ou porque o alcatrão está caro ou o orçamento se esgotou no projecto ficando descurada a repavimentação após a instalação das cablagens e canalizações, o certo é que o traçado sem passeios e o estado de conservação daquelas artérias deixa muito a desejar, perigando a circulação de veículos e pessoas, retratando a urgência na concretização do projecto socratino a que dão serventia.
Sugere-se pois que neste tempo de vacas escanzeladas, a edilidade abrantina realoje os petizes nas velhas escolas primárias outrora erigidas pelo Estado Novo e accione a garantia de construção para obras de correcção dos acabamentos nos centros escolares ou, na hipótese da empresa construtora contratada por ajuste directo ter declarado insolvência, que a edilidade invista mais uns milhares de €uros dos contribuintes em alterações e remodelações, havendo que aproveitar enquanto formos cinco milhões e meio de indivíduos no sustento da colossal máquina sugadora de impostos!

domingo, 14 de outubro de 2012

CRITÉRIOS


CRITÉRIOS

  Se a memória não nos atraiçoa, no transacto Agosto deste ano a presidência da Câmara Municipal de Abrantes rejeitou a proposta de um industrial requalificar a Quinta da Viscondessa do Tramagal para fins de turismo rural, sita na Abrançalha, rejeitando o projecto com anos de análise, alegando haver excesso de oferta turística na região abrantina.
Ao fim de dois meses, a mesmíssima presidência da câmara tubuca viabilizaria um projecto privado para requalificação da piscina degradada e demais terrenos adjacentes a ocidente do cabeço do Alto de Santo António, porque subitamente se registou escassez de oferta turística em Abrantes, concluindo-se que ao fim de sessenta dias o custo de vida dos portugueses e demais povos europeus sofreu um desagravamento substancial na medida em que a deliberação por unanimidade de 8 de Outubro de 2012 aprova a alienação do terreno da Piscina Municipal com área de 4685 metros quadrados confinantes ao Hotel Turismo de Abrantes, pelo preço simbólico de 5.856,25€, o que resulta qualquer coisa como 1,25 € por metro quadrado, sob o pressuposto de:
 “não existirem em Abrantes, equipamentos similares suficientes para a procura de alguma exigência de serviços, nem disputa entre os operadores nas ofertas para captação de fluxos turísticos e por se considerar a existência do hotel como fonte de permanência temporária de visitantes, com benefícios diretos no tecido económico local”...Cita-se.
-Bah! Que diferença é que isso faz à minha vida?
Observarão os absortos por outros valores...
É que os espaços adquiridos a peso de ouro e posteriormente vendidos a preços simbólicos pela administração pública custam o emprego e os olhos da cara aos contribuintes, razão mais do que suficiente para que hoje estejamos a pagar os devaneios e as mordomias de uns quantos fregueses da nação, traduzidos em enormes impostos equacionados pelo senhor Valium!!!
-Um peso, duas medidas.    
Suporão os mais atentos...
Para o empresário da Abrançalha, a autarquia entendeu que o negócio não se justificava por escassez de procura enquanto a alienação a preços simbólicos da piscina e terrenos limítrofes para alargamento das infra-estruturas do Hotel de Turismo, a bonda da procura é razão de sobra, assumindo a dualidade de critérios diante de situações idênticas, justificando as medidas de acordo com as conveniências.
Depreende-se que na Piscina Municipal foi aplicada a política da terra queimada que devido ao desmazelo, a autarquia tubuca deixou os equipamentos chegarem a adiantado estado de degradação, ao ponto de atingirem o pseudo “valor simbólico” inferior ao Valor Base atribuído pelos avalistas fiscais do Imposto Municipal sobre Imóveis, mesmo que o dito cujo espaço se sitiasse no Vale de Tábuas!
Consta do contrato que num mínimo de trinta anos, a Piscina Municipal será reactivada e recuperados os espaços verdes envolventes, posteriormente disponibilizados ao público.
Como é fácil de entender a qualquer leigo, a exploração feita por uma empresa privada e auto-sustentada envolve margens de lucro bastante superiores às necessárias para a manutenção dos equipamentos e mão-de-obra, cujo bilhete de ingresso se traduzirá em elevado custo para o banhista, ficando seleccionadas as acessibilidades ao público em geral tal como sucede noutros estabelecimentos hoteleiros de gabarito privado.
Compreende-se que a autarquia pretenda dinamizar o centro histórico consolidando a permanência temporária de numerosos visitantes e nesse âmbito cá este rapaz sugeria que à semelhança do edifício Milho deitado aos pombos...
...a presidência da Câmara de Abrantes adquirisse o moribundo complexo hoteleiro, com piscina incluída, fronteiro à Central Termoeléctrica do Pego...
... e por tuta e meia o alienasse à dona Maria da Conceição, vulgotia Kikas”, empresária sobejamente conhecida do Vale de Santarém, dinamizando ali um espaço hoteleiro de oferta turística, lúdica e multi-funcional onde tranquilamente se introduziriam singelas bolinas nos buraquinhos de golfe...
...e nele caberão magistrados, ex-presidiários, deputados, pescadores, advogados, trolhas, arquitectos, magalas, marinheiros d'àgua doce, polícias, médicos, coronéis, agricultores, estudantes, pastores, engenheiros, idosos, labregos e outros tantos adolescentes bexigosos resgatados à puberdade, que buscarão um peito amigo com quem desabafar, atraindo inúmeras excursões de portugueses, espanhóis, magrebinos, nipónicos e outras ofélias em busca de conforto e aconselhamento psicológico para males de amor, complicações matrimoniais, problemas financeiros, distúrbios hiper-testosteronais e bicos de papagaio, lá disponibilizando moçoilas poliglotas, especializadas na dança do varão vermelho e licenciadas em psicologia, enfermagem, medicinas alternativas, docência, fisioterapia e outras valências distintas...
...todinhas certificadas pelos técnicos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, culminando na enorme afluência turística e consequente alavancagem da região, colhendo benefícios directos para o tecido económico local e substancial contributo para introduzir Abrantes na rota das pedras lascadas, polidas, gravadas, esculpidas e talhadas dos visionários ibéricos...
...tornando-se uma mais-valia para as associações de estudantes e consistindo num forte incentivo à concretização do projecto industrial no vizinho Casal Curtido onde do alto da sua virilidade financeira, o esquivo RPP O Cowboy Solar se propõe incrementar a tal fábrica de painéis fotovoltaicos com cento e vinte sanitas e zero emissões de maricas que dariam cabo do ozono, recuperando o epíteto de "capital da energia".
 -O que faz correr Sammy?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A IN.VERSÃO


A IN.VERSÃO

Retratando o actual estado de Portugal, o espírito dos nossos governantes e a inversão de valores desta nação... 
? ? ? ...levou a que na varanda dos Paços do Concelho alfacinha, exactamente  pelas 9 horas e 49 minutos da matina de 5 de Outubro de 2012 sua irreverência o Ex.mo Senhor Presidente da República Aníbal Cavaco Silva assinalasse a solenidade do momento ao hastear a bandeira nacional com o escudo invertido, decerto anunciando que o território está ocupado pelas oligarquias internacionais e fazendo-se substituir ao Darth Vader do movimento 31 da Armada.
Dois likes para o povo...
As cerimónias de comemoração da Implantação da República decorreram em ambiente restrito ao Pátio da Galé, apenas perturbadas por duas infiltrações populares que ludibriaram a segurança apertada, uma das quais, Ana Maria Pinto, exímia soprano lírica, intervindo com a cantata "Firmeza," da autoria de Fernando Lopes Graça e letra de João José Cochofel... na tentativa de espantar, afugentar, expulsar os ratos da Galé... 
...e Luísa Trindade dando voz a milhões de portugueses, ao queixar-se que de reforma aufere menos que a vigésima parte da brutal remuneração e demais mordomias dum ministro, enquanto o primaz foi até Bratislava reunir-se aos amigos de coesão... e a Malta, juntar-se claramente ao passivo do coração.
"Sem frases de desânimo, nem complicações de alma, que o teu corpo agora fale, presente e seguro do que vale. Pedra em que a vida se alicerça, argamassa e nervo, pega-lhe como um senhor e nunca como um servo. Não seja o travor das lágrimas capaz de embargar-te a voz, que a boca a sorrir não mate nos lábios o brado de combate. Olha que a vida nos acena para além da luta. Canta os sonhos com que esperas, que o espelho da vida nos escuta."

Firmeza -  João José Cochofel