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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os objectivos pretendidos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, padronizadas, politicamente correctas, adormecidas... ou espartilhadas por fórmulas e preconceitos. Embora parte dos seus artigos se possam "condimentar" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade de expressão" com libertinagem de expressão, considerando que "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico, dinâmico, algo corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausado, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas incursões, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell). Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de interessantes sítios a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão abt com alguma dessas correntes... mas tão só a abertura e o consequente o enriquecimento resultantes da análise aos diferentes ideais e correntes de opinião, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais, válidos e úteis, dando especial primazia aos "nossos" blogues autóctones... Uma acutilância aqui, uma ironia ali, uma dica do além... Assim se vai construindo este blogue... Ligue o som e... Boas leituras.

sábado, 26 de janeiro de 2013

A TORMENTA


A TORMENTA


  No ano transacto os portugueses consumiram sete milhões e meio de embalagens de medicamentos antidepressivos, dando uma média de vinte mil embalagens por dia, concluindo-se que ainda há muito português desconhecedor das crónicas maradas cá do Cidadão abt, caso em que poderiam poupar uns cobres...
Com meio país drunfado, poderemos presumir que o receituário de mister Valium tem ganho adeptos e como um azar nunca vem só, este jardim à beira-mar plantado foi varrido por uma tempestade com ventos que ultrapassaram os 140 quilómetros por hora, erradicando árvores, destelhando prédios de três andares, arrancando sinais de trânsito, derrubando muros, enfim, esse dia teve um pouco de tudo.
Como bem o sentimos, aquele 19 de Janeiro foi um Sábado do camandro que fez o país recuar cinquenta anos, até à época do Estado Novo, ficando a saber o quanto dependemos do electrão excitado nas novas tecnologias!
Nesse dia os estabelecimentos comerciais reduziram consideravelmente as receitas de IVA, lançando a desconfiança no Ministro das Finanças que suporia tratar-se dum flashmob concertado de fuga ao fisco... 
...e cá o Cidadão abt inté teria levantado voo não fosse o lastro abdominal reforçado pelos açúcares e lípidos concentrados e colhidos nas orgias alimentares da época natalícia com resquícios pelos Reis...
Nos dias seguintes, muitas cidades, vilas e aldeias ficaram destituídas de energia eléctrica e consequentemente de água pública e telecomunicações na medida em que os gestores dos serviços municipalizados não previram estes fenómenos atmosféricos nem promoveram dispositivos alternativos à energia eléctrica que assegurassem a pressão da água.
Estranho o facto de ter sido lançado o alerta vermelho para o país à excepção das duas ilhotas distritais de Santarém e Beja que se quedaram pelo laranjinha...
Qualquer lerdo de raciocínio perceberia que o mau tempo varreria todo o território de igual modo não usando complacência por algum dos distritos...
Deveremos saber que a cromática do alerta determina o grau de prontidão, os meios requisitados, a logística envolvida e a operacionalidade a redistribuir estrategicamente pelo terreno.
Por exemplo, cá o Cidadão abt arrecadou as galinhas, protegeu os electrodomésticos mais sensíveis aos picos de corrente, meteu cavacas na lareira, encheu três vasilhames de vinte litros com água potável, encomendou um garrafão de cinco litros de tintureiro, testou as lanternas, abasteceu o petromax, trocou as botijas de gás camping, desentupiu as caleiras, vestiu o pijama e oleou a caçadeira, aguardando vigilantemente pela chegada da borrasca.
A gata Cristie deu de frosques mal o uivo se fez soar à distância, introduzindo este praça dois zagalotes no arcabuz fazendo com que a Companheira o questionasse sobre os intentos da arma apontada à intempérie...
 -Para que é isso?! Ainda te aleijas...Que obsessão...Vem-te deitar!

Ela foi breve, firme e concisa.
Realmente... Cá o Cidadão abt exagerara nos procedimentos de segurança, indo arrecadar a fusca no estojo e pelo caminho desligar o quadro eléctrico, porque a coisa quedava-se pelos disparos sequenciais nos postos de transformação acossados pela ventania que engrossava a todo o instante!
Sintonizada a galena a pilhas, ouviu o radialista noticiar a promoção do alerta distrital para o red-line!
Durante a madrugada e toda a manhã sabatina foi um ver se te avias de objectos esvoaçantes e pedras rolantes que se movimentavam em todas as direcções!
Indo verificar a estabilidade da capoeira, este rapaz foi surprendido pela postura reforçada das poedeiras e um galaró que perdera o pio!
Talvez a postura em dose dupla tivesse sido despoletada pelo stress devido à fortíssima corrente de ar que até abanava a barraca!
Foi nesta onda de emigração e plumas tocadas pelo vendaval que cá o Cidadão abt ia parando ao Kosovo!
Havia por’li ovos suficientes para satisfazer os desejos à Superministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
Antes isso que caviar!
Reparem que no contexto agrícola, foi a primeira vez que a bem da nação, uma superministra emprenhou durante o exercício de funções!
Desde o dia em que no Teatro Sá da Bandeira de Santarém um músico arremessou o ovo rasante a crista da senhora contorcionista, aliás, ministra, que terá estudado “Saraha - aquele que lançou a flecha e treinado as técnicas de esquiva do ministro indiano, senhor Palaniappan Chidambaram... 
...evitando que o projéctil se lhe estrelasse no temporal direito e esboçando a expressão algo descontraída que tão bem a caracteriza, passou a revelar mórbida fixação por gemadas ou segundo outro prisma, será o “síndrome do ovo mexido” que a perseguirá por toda a parte! 
Também há os pastéis de Belém, mas isso é outra conversa!
Feitas as continhas dos meses de gestação, deve ter sido por esses stressantes dias de palestra que não o fazendo efectivamente pelos ouvidos, a senhora embrionou, consistindo no perfeito exemplo para os casais portugueses se tirarem de cerimónias desatando a manducar gemadas a torto e a direito para assim constituírem agregados numerosos, dando cumprimento ao sugerido pelo Senhor Silva, o tal inquilino em retiro prolongado na residencial sénior de Belém!
Em complemento a este afrodisíaco factor, talvez para satisfazer os desejos à Superministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território ou por subliminares motivos, houve uma empresa de Pombal pioneira na gemada, inventando o ovo estrelado instantâneo, liofilizado, embalado e empacotado!
Este ovo em vez de vir do cú da galinha, sai estrelado duma máquina poedeira, à cadência de cem unidades por hora!
As galinhas que se cuidem porque se arriscam a engrossar a lista do desemprego!
Recorrendo à engenharia genética, à biotecnologia e aos Aviários de Santa Cita, cá o Cidadão abt tentará inventar uma galinha transgénica, consistindo numa poedeira que preste este serviço, prescindindo da tal máquina idealizada pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho!
Com alguma evolução e bastante imaginação talvez seja possível a poedeira idealizada cá pelo Cidadão abt botar ovos escalfados, rolos de ovos cozidos a metro, ovos fritos, ovos verdes, tortilhas, omeletes de ovos condimentadas a espargo e para viabilizar a última sugestão, basta que as poedeiras façam dietazita de espargo!
Nhac! Saiu queimado!
Na vertente da doçaria, a galinha transgénica poderá enfardar overdoses de açúcar, pondo ovos-moles, doce de ovos, fios de ovos e na vez dos famosos ouriços que lhes poderiam danificar a cloaca, botariam palha de Abrantes!
Cada ave em seu poleiro e de oviduto geneticamente modificado para o fim especificado no programa...
Basta introduzir umas adaptaçõezecas no infundíbulo, no magno e no istmo!
Regressado da capoeira, o Cidadão abt exclamaria por exemplo:

-Ó Companheira! Para sobremesa hoje temos duas tigeladas da Celeste e três palhas da Janita!
 -O que estás para aí a arengar?!!

-Nada! Nada! Estou só cá a pensar alto e a escrever mais esta crónica...

-Hoje já tomaste a medicação?

O diacho da cachopa... sempre a baralhar o esquema... 
A coisa melhor pensada e poder-se-iam substituir as vulgares pedrinhas alojadas nas moelas por uma composição de cânhamo endurecido que enzimado nos ovos estrelados e posteriormente empacotados, evitando a corrida aos fármacos...
Hummm... Bom... O melhor mesmo é mudarmos de assunto...
Diga o ciberleitor se cá o Cidadão abt não é ideiota?
Se beneficia o privilégio de ter sido visado por alguma destas crónicas, decerto que há muito o terá constatado mas vale sempre a pena ir lendo isto, para poder poupar uns euritos em ansiolíticos, antidepressivos e outros soporíferos...
Na linha de produção da Egg Ready, a ministra da agricultura em gestação frisou ogadamente que o ovo estrelado é altamente nutritivo e que possui todas as proteínas diárias fundamentais ao homem, concluindo que este é branco à volta com uma gema amarela no meio, mas sem colesterol, o que terá bastante procura pelos muçulmanos que não curtem cenas gordas!
Há aqui um pormenor que escapa...
E se o ovo tiver duas gemas?
Uns mais rijinhos do que outros, estes ovos podem ser papados no avião, no comboio, no navio ou na caravana, na medida em que basta serem metidos durante trinta segundos no microondas e... zás, trás, pás!
D’ora avante ensinamos às criancinhas que primeiro surgiu a máquina e só depois o ovo, ou seja, que o ovo veio da máquina e não foi a máquina que veio do ovo!
Orgulhemo-nos deste novo invento que irá revolucionar os mercados das arábias na medida em que a última patente registada de igual projecção, foi a invenção do sistema de cobranças electrónicas de portagem, vulgo Via Verde!
Afinal, de início não era este o tema a ser abordado mas as conversas são como as cerejas... puxa-se por uma e logovêm mais duas ou cinco agarradas.
Passada a intempérie, os sapadores florestais e seus afins avançaram no terreno desbastando o arvoredo derrubado nas vias públicas enquanto num esforço hercúleo de contra relógio, os piquetes da Telecom e da EDP tentavam recuperar os postes, repondo os cabos eléctricos nos seus devidos lugares!
Também o Exército disponibilizou uma quantidade de geradores a combustão interna para devolverem a corrente eléctrica aos concelhos de Leiria e exactamente de Pombal, onde está a tal máquina poedeira de ovos estreados que a ministra tanto apreciou!
Pois bem, entretanto surgiram outros piquetes com funções recolectoras, elementos bastante voluntariosos e especializados na área da reciclagem, cuja função seria eliminar os vestígios de cobre que poderiam contaminar o subsolo, afectando a produção agrícola, quiçá também no débito das poedeiras que passariam a ocular ovos de cobre.
Sendo mais rápidas que os piquetes dos Telecom e da EDP eram equipes altamente treinadas que laborando essencialmente durante o período nocturno para não incomodarem, teriam a incumbência de remover o material excedente, sem esquecer a extracção do gasóleo dos geradores que poderia tornar-se altamente nocivo para a atmosfera e contaminar os níveis freáticos, registando-se algum desfasamento e incompatibilidade nos timing’s das diferentes equipas, evidenciando ausência de coordenação no terreno e falta de liderança administrativa das operações talvez porque as atenções dos responsáveis estivessem viradas para a recapitalização da banca privada!
Fosse hoje a Dona Branca viva e os seus apuros teriam outro desfecho.
Uma vil injustiça para a mulher que nesses tempos idos quis ajudar o povo mas felizmente houve quem lhe herdasse os saberes!
O próximo banco privado terá o nome “Alves dos Reis.”
No que toca ao Exército, parece que os serviços estiveram mais bem assegurados na medida em que a cada gerador colocado no teatro de operações corresponderam duas Gewehr 3 e dois militares que asseguraram o pleno funcionamento dos motores.
O concelho de Abrantes debateu-se com algumas freguesias mais afectadas do que outras mas no cômputo geral terá recuperado do temporal em tempo razoável.
Os prejuízos causados pelo Gong na agricultura nacional ascendem a quinze milhões de euros, sendo mais uma enxaquêca para a Superministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território que a 21 de Agosto do ano transacto participou nos exercícios navais do veículo submarino operado por controlo remoto... 
...que segundo o relato dos grumetes, andaria a explorar o leito marinho junto à costa de Sesimbra em busca dos documentos do concurso público e do contrato de aquisição dos submarinos à Ferrostaal, supostamente expulsos pelo tubo torpedeador do N.R.P. Tridente!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

POMITO LENCART


POMITO LENCART

 
 Suponhamos que a incauta D. Leocádia, idosa residente em Alcanena, resolvia ir visitar o filho... 
...internado na unidade de cardiologia de Torres Novas e no caminho dava um excelente tralho pela ribanceira desprotegida do Hospital Rainha Santa Isabel...
Sendo que no meio do azar o português tem sempre sorte, baldeando por aí abaixo, a idosa apenas abria um lenho na carola, concluindo a equipe de triagem de Manchester que aquele lindo serviço merecia uma costurazinha de pequena monta...
Coisa simples, para levar dois ou três agrafes no sobrolho, um spray na testa e prescrição de Pomito Lencart quanto baste para ser aplicado em casa.
Incha, desincha e passa!
Vai daí, por uma questão economicista associada à distribuição de valências pelo imenso jardim que é o Centro Hospitalar do Médio Tejo, os serviços requisitariam ambulância que recambiaria a D. Leocádia para a unidade Manuel Constâncio, algures em Abrantes, onde se concentrariam os serviços médico-cirúrgicos, os raios-x e outros que lhes abrasassem os cerebrais neurónios...
Distariam 40 quilómetros, parte dos quais rolados pela A 23 que corresponderiam a 25 minutos de viagem e o dobro dessa distância e tempo para a tripulação, somados ao desgaste de pneus, manutenção da automaca e consumo de combustível para ida e regresso, deixando a D. Leocádia em franco convívio no serviço de urgências, assimilando o diversificado festival de “ais” provenientes dos inúmeros camaradas oriundos da área de influência do Médio Tejo que compreenderia os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Gavião, Mação, Ourém, Ponte de Sôr, Tomar, Torres Novas e Vila de Rei...
Tempos de espera incluídos, na manhã do dia seguinte, enquanto tomava o pequeno-almoço antes de se meter ao trabalho, a neta de Alcanena receberia uma chamada telefónica da unidade hospitalar de Abrantes no sentido dos familiares irem buscar a D. Leocádia que teria alta médica, porque não sendo necessariamente asilos para velhos que se afreguesavam dos hospitais públicos, estes artistas poderiam criar habituação aos ditos cujos, sendo avisados que a partir do momento em que a idosa tivesse alta clínica, os serviços hospitalares não se responsabilizariam pela devolução da senhora ao domicílio!
A anciã regressaria a caselas por perninha própria!
Ou a D. Leocádia fretaria um táxi que a levaria a Alcanena, ou a D. Leocádia se metia no mini bus que daria uma volta ao bilhar grande fazendo escala em Tomar e Entroncamento, ou a netinha da D. Leocádia se tiraria de cerimónias e recorrendo ao automóvel do papá sem arriscar pela Estrada Nacional nº3 que no troço entre o Nicho e a Ladeira do Pinheiro se encontraria em estado lastimoso, sujeitando-se a rebentar os pneus, empenar as jantes, deflagrar os airbag's e a dar de trombas com o lobo feroz... 
...Antes optando por gastar uma pequena fortuna em combustível e portagens, indo buscar a intrépida avózinha ao hospital de Abrantes, tudo compreendido na política economicista da administração hospitalar pela imposição de três agrafes no sobrolho, um spray na testa e prescrição de Pomito Lencart quanto baste para ser aplicado em casa!
Incha, desincha e passa!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

AQUELE AÇUDE


AQUELE AÇUDE...


   Cá estamos em 2013 para mandar mais umas bitáitadas sem antes avisar os leitores que este post é desaconselhado a menores de idade e a pessoas sensíveis... razão para que algumas fotos contenham um donut  na lateral superior direita...
Sendo o ciberleitor(a) integrado nestes grupos e uma vez que o Pai Natal já se foi, recomenda-se a mudança das suas cibernéticas agulhas para outro blogue que conte cenas do Capuchinho Vermelho ou recite cantilenas do Passos Coelho.
As tágides águas saltitavam livres pelo leito, humedecendo suas tubucas margens até chegado o dia em que os homens da terra lhes presentearam um preconceituoso açude no sopé do Cabeço do Caneiro...
...onde na Guerra Peninsular lhe atravessaram a ponte das barcas e lá no alto instalaram uma vigilante peça de artilharia inibidora ao piratêdo que arribava o Tejo. 
Daí em diante milhentas esguias gotinhas passaram a cavalgar languidamente as comportas do vibrante açude induzindo-lhe orgásticos prazeres que se esvaíam por infinitas espumas...
Durante as estivais temporadas, seu montante transformava-se em verdejante mar salpicado de coloridos canoístas pagaiando jovens trilhos de suores...
 ... despejados sobre a imensa azola que aos viajeiros ocultava gordurosos coliformes perante os olhares vigilantes das vermelhas Portas e Passagens a estibordo e da empalidecida Tenda dos Milagres a seu bombordo.
Debaixo de celestiais constelações, charrôcos, fanecas, linguados, robalos, carpas, percas, fataças, lampreias, enguias e outras bichas esguias viam suas desovas goradas para aquém do magnâmico açude que não sendo de ferro, em época de maior frenesim era assediado pelas tágides gotinhas que roçando, esfregando e acariciando as negras borrachinhas, volta e meia se lhe penetravam nos retentores em êxtases de enfraquecer suas distendidas comportas, culminando com enorme estouro, libertando biliões de desvairadas gotículas metamorfoseadas em castanhas espumas que mui suavemente iam fecundando os espraiados vales e as algibeiras do povoléu...
Chegada a água pelas barbas e dado o peido-mestre à orgástica construção, o festim sazonal é de tal ordem que a fluvial bicheza transpõe pilaretes e vãos, rumando a novéis sombras algures por paleontológicas paragens e querendo tapar o Sol com a peneira ao tentar trocar as voltas à plebe como se otária fosse, os feudais das terras tubucas desanunciam tão êxtasiantes desaforos com explicações esfarrapadas porquanto as depravações daquela união de facto serão suportadas pelas plebeicas talhadas no do costume...
Só os engenheiros, os projectistas e outros ideiotas do enclave tubuco, bem calçados em dinheiros comunitários acreditam que a estrutura transversalmente rectilínea terá potência para contrariar as forças da natureza impelidas por biliões de tágides gotinhas que insuflado ou nem tanto, aquele magnífico açude constituirá enorme empecilho à livre circulação das águas que vindas em quantidades industriais sofrerão refluxos de se espraiarem pelas planícies da zona ribeirinha... promovendo o turismo de catástrofe.
De comportas descaídas e sem insuflagem prevista, resta nelas aplicar outro singelo investimento à guiza de manutenção para que na enorme charca se reponham os níveis de nutrientes imprescindíveis ao desenvolvimento da eutrofização essencial à cultura da azolla, supondo que deste estouro os iluminados provincianos terão que esperar sentados uns bons pares de meses sob a entroikada sina da austeridade, a modos qu'antes da sua recuperação os portugas ainda levarão com a seta do sagitário nas nalgas pois os próximos mil e cem milhões de euros de impostos sacados aos reformados e a quantos labutam com enormes dificuldades para preservar os seus postos de trabalho nas pequenas e médias empresas em branda laboração, serão canalizados para a “recapitalização” do Banif. 
Resta aproveitar os pilares do magnâmico açude para assentamento do tabuleiro da ponte que substituirá a hintzelista e secular rodoviária.